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quinta-feira, 15 de março de 2012

A Lua flutua...

— Quero que vocês desenhem o cheiro da coisa que mais gostam.
Havia dito a professora.

Agora ela recolhia as folhas com desenhos de chocolate e outras guloseimas. Entre as folhas, o desenho de uma mulher. As crianças riram, a menina tinha errado.

— Que cheiro é esse que você desenhou?
Perguntou a professora.

— Cheiro de mãe.


A educação formal não dá bola para a música e a poesia. Diz Edu Pacheco, mestre em educação e músico.

O “caso do cheiro de mãe” foi uma exceção, aconteceu antes mesmo de a professora participar da oficina do Pandorga da Lua. Ela deu-se conta que havia algo por trás: o conselho tutelar só permitia que a menina visse a família nos finais de semana.

O inusitado é que através de uma imagem, que podemos chamar de poética, a criança se expressou. Este é um dos focos do trabalho de poesia. A possibilidade de expressão, oportunidade de se colocar no mundo. Mas, no lugar de usar um caminho usual, a poesia cria outros espaços, outras formas de interferência na vida. Explica Edu.

Assim é o trabalho do grupo de Santa Maria/RS - Pandorga da Lua. O conhecemos na escola, e logo compramos a ideia. As músicas misturam poesia e ritmos sul-americanos. São tranquilas, alegres e fazem as crianças pensarem... Abaixo um vídeo do YouTube. ;o)


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